Este foi o primeiro tema lançado pela Dra Joana do laboratório Lumilabo. É sem dúvida um dos temas mais importantes para a saúde feminina hoje em dia, e é de extrema importância que seja detectado o mais precocemente possível para não evoluir para cancro do colo do útero.
Saibam tudo ao pormenor...
"O cancro do colo do útero é
actualmente o 3.º cancro com maior prevalência nas mulheres portuguesas e o 2º
cancro com maior taxa de mortalidade em mulheres em idade fértil. São
diagnosticados, por ano, cerca de 1000 novos casos, sendo que por dia, em
Portugal, morre uma mulher vítima de cancro do colo do útero.
O cancro do colo do útero é
causado pela infecção persistente por tipos de alto risco oncogénico de
Papilomavírus Humano (HPV). O HPV é um
vírus sexualmente transmissível e intracelular. Existem vários tipos de HPV,
que são normalmente agrupados em HPVs de baixo-risco oncogénico, (normalmente
não causam cancro) sendo responsáveis pela formação de verrugas, e os HPV de
alto-risco oncogénico, que, tal como o nome indica, a sua infecção tem uma forte
relação com a evolução de lesões malignas do colo do útero.
Em condições normais, até aos 30
anos de idade, as infecções por HPV são transitórias, pois são facilmente
eliminadas pelo sistema imunitário. Contudo, verifica-se que algumas mulheres
infectadas não conseguem eliminar a infecção, tornando-se esta numa infecção
persistente que poderá originar uma lesão maligna e, em última fase, levar ao
desenvolvimento de cancro. Assim, considera-se que mulheres
com idade superior a 30 anos infectadas com HPV de alto-risco estão em maior
risco de desenvolver cancro do colo do útero.
O teste vulgarmente utilizado
para despiste das alterações do colo do útero é o teste de Papanicolau
(citologia). A citologia consiste vulgarmente numa lâmina de esfregaço do colo
do útero que é corada e observada ao microscópio por um anatomopatologista.
Estudos indicam que este teste apresenta uma baixa sensibilidade (68,1%), baixa
taxa de robustez (varia consoante o operador) e baixa taxa de adesão pelo
público em geral. Tanto que por vezes falha a detectar estas infecções precocemente.
A alternativa poderá ser então o
teste do HPV que apresenta uma sensibilidade a rondar os 100%. Ao tratar-se de
um teste de pesquisa de ADN do vírus, basta a existência de uma célula
infectada para a detecção da infecção. Estudos indicam que mais de
metade das mulheres faltam aos rastreios ginecológicos convencionais,
principalmente por falta de tempo e pelo desconforto associado à realização da
colheita cervicovaginal.
Inspirados em toda esta
informação cientistas da Universidade de Coimbra desenvolveram um kit que
conjuga as duas situações ideiais: Teste de HPV (sensibilidade de 100%) e
auto-colheita (é a própria mulher a fazer comodamente a colheita), sendo depois
a amostra enviada por correio para o laboratório.
Teste da Mulher = Kit de
auto-colheita + Teste de determinação de HPV de alto-risco
Na sessão de esclarecimento em que estive presente surgiram
várias questões que me parecem interessantes e esclarecedoras:
1) Se eu faço mal a colheita, posso ter um
falso negativo?
Não. Antes da realização do teste de HPV é verificado no
laboratório se a colheita foi realizada correctamente, ou seja se a amostra
contém células em quantidade suficiente para a determinação do HPV. Não havendo
assim possibilidade de falsos negativos por má colheita. Caso o laboratório
detecte que a auto-colheita não foi bem realizada, a mulher poderá repetir o
teste sem custos adicionais.
2) Relativamente ao envio da amostra por
correio, que garantia tenho de que a amostra não se degrada até ser analisada?
Relativamente
ao transporte, o kit contém um tubo de transporte que garante que a amostra
colhida seja estabilizada e preservada em condições ideais de armazenamento até
à chegada ao laboratório. Para além
disso, uma vez que o teste de HPV se baseia na pesquisa de ADN do vírus e não
na análise morfológica de células, como acontece na citologia, o teste de HPV
poderá ser realizado mesmo que a amostra seja sujeita a condições ambientais e
de transporte extremas. A titulo de exemplo, fui informada que o laboratório se encontra a realizar um estudo na
população de S. Tomé e Príncipe em que as amostras passam por condições muito
mais agressivas e têm tido os mesmos resultados excelentes de qualidade.
3) Ter um resultado positivo do Teste da Mulher
significa ter cancro?
Não necessariamente. O teste positivo indica que a mulher
está infectada por um HPV de alto-risco oncogénico e que portanto deve ser
observada e tratada pelo seu médico ginecologista que irá verificar se já
existem ou não lesões do colo do útero e agirá em função do seu exame
ginecológico. Caso de facto não se observem lesões, a mulher deverá apenas
fazer o tratamento para a infecção por HPV e monitorizar anualmente com o teste
do HPV.
4) Quem foi vacinada está protegida?
Sim, mas só estará protegida contra 2 dos 12 tipos de HPV de
alto-risco existentes. Assim, apesar de ficar protegida contra os tipos de HPV
com maior prevalência (os tipos 16 e 18), não fica contra todos os tipos de HPV
que poderão estar associados ao desenvolvimento de cancro, pelo que deve
igualmente vigiar a sua saúde.
5) O Teste da Mulher é indicado para todas as
mulheres?
Devido à persistência da infecção, o Teste da Mulher é
recomendado preferencialmente em mulheres com idade superior a 30 anos.
6) Com que frequência deve ser realizado o
Teste da Mulher?
É recomendada a realização do teste a cada 3 anos.
7) O Teste da Mulher substituí a consulta no
Médico ginecologista?
Não, na consulta ginecológica são despistadas muitas
outras patologias e distúrbios importantes de diagnosticar atempadamente que o
Teste da Mulher não abrange."
Muito esclarecedor não acharam? Obrigada Dra Joana, ficamos à espera do próximo tema!
Se não vai ao ginecologista há muito tempo ou tem mais de 30 anos e ainda não fez este despiste contacte a Lumilabo e tire todas as dúvidas!
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- E se tivessem o conselho da Farmácia à distância de uma mensagem ou e-mail? Eu sou a Marta. Sou Farmacêutica de Oficina e mãe de uma bébé e resolvi partilhar as minhas vivências diárias tanto profissionais como pessoais, porque achei que poderia ajudar os outros. Aqui vou dar resposta a questões que me colocam na Farmácia no dia a dia e também que surgem com a minha filha.
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Bom dia! Já procurei mas não encontrei a forma de adquirir o Kit e o seu custo. Podem informar-me como o fazer? Obrigada
Boa noite! Contacte o laboratório Lumilabo, são eles que vendem! Já agora, se quiser qd ligar inscreva-se para a conferencia do próximo sábado (gratuita), em que vão explicar tudo e oferecer o kit!