É também uma realidade, nós mulheres, metemos na cabeça, porque a sociedade nos "incute" isso, que é impossível ter filhos e uma carreira e por isso vamos atrasando este passo, apesar de os chamamentos serem muitos.
Mas a realidade é que... É possível! E eu conheço vários casos de sucesso. Mas porque ainda há felizmente patrões que são exigentes mas que sabem que somos seres humanos e que compreendem as nossas necessidades de sermos mães. Mas também há empregadas que, perante estes patrões ficam agradecidas e produzem muito mais porque se sentem mais motivadas.
Este é, felizmente o meu caso! Sou uma sortuda? Sou! Mas reconheço que sou e por isso dou o meu máximo todos os dias, para não falhar, para melhorar sempre.
Se é cansativo? Por vezes é, e quem conhece a profissão farmacêutica sabe que, tal como noutras profissões de saúde, trabalhamos sábados, domingos, feriados, por vezes noites... Sabe que lidar com o público nem sempre é fácil, mas também pode ser muito gratificante.
Eu tenho o grande exemplo do meu avô, médico no Alentejo, que tantas vezes acordou a meio da noite para ir à casa das pessoas dar assistência. Da minha mãe, também médica, que tinha dois empregos, fazia bancos, mas nunca falhou uma festa do colégio ou uma reunião de pais. Do meu pai, que trabalhava horas sem fim, mas chegava a casa com vontade de brincar connosco. Que ficava sozinho com os 2 quando a minha mãe estava de banco.
Por vezes é preciso uma grande ginástica, por vezes estamos tão cansados que achamos que não vamos aguentar mais uma noite com as crianças doentes...
Mas não há melhor compensação que vermos que estamos a criar crianças felizes, vê-los a crescer mas também sentirmo-nos realizadas profissionalmente.
Para mim são duas partes que se completam e que uma sem a outra não fazem sentido.
Sei que há muitas mulheres assim por aí espalhadas que se identificam. Ás que estão com dúvidas se conseguem, tentem porque vale a pena.
Obrigada por lerem...
